O tema está nas mesas de discussões dos boards das empresas: segundo estudo global da Dell Technologies, o “Innovation Catalyst”, 88% dos líderes no Brasil reconhecem que a inteligência artificial generativa deve provocar grandes transformações nos seus mercados, e muitos afirmam que já deram o start para implementá-la. Para falar desse cenário, de outros dados da pesquisa e trocar experiências sobre os desafios e as oportunidades, grandes líderes se reuniram no último dia 12 em São Paulo.
O encontro “O potencial da IA generativa na estratégia de inovação das empresas brasileiras”, apresentado pela Dell Technologies em parceria com a Editora Globo, contou com a participação do presidente da Dell Technologies no Brasil, Diego Puerta; da vice-presidente da Intel e diretora geral para América Latina, Gisselle Ruiz Lanza; e do diretor-executivo e sócio do Boston Consulting Group (BCG) Alexandre Montoro.
Para começar a conversa, os especialistas traçaram um panorama do cenário atual e jogaram luz sobre o futuro: “Atualmente, a economia digital representa mais de 15% do PIB global, e a expectativa é que na próxima década chegue a um terço da economia global. Estamos falando de um impulsionador da economia que traz muitas oportunidades para as empresas”, apontou Gisselle.
A grande provocação dos líderes foi em relação ao uso da inovação pelas pessoas de forma geral. “Como você está utilizando pessoalmente a inteligência artificial no seu dia a dia? Esse uso traz experiência e conhecimento do potencial da ferramenta para que seja possível encontrar as soluções para os negócios”, disse Puerta.
Para apoiar as empresas, a Dell Technologies vem trabalhando na aceleração da inovação, oferecendo suporte nas diferentes etapas de implementação dos projetos, a partir de um portfólio de soluções criadas para suportar a IA generativa, com um time de consultores especializados e um ecossistema de parceiros. Nessa jornada, a Intel é um parceiro estratégico da Dell na oferta de soluções para empresas na área de IA generativa.
“Não tem melhor exemplo do que implementar em casa e levar isso para os parceiros de maneira escalável nas diferentes indústrias. Nossa missão é a de democratizar o uso, colocando inteligência artificial em todos os produtos”, afirmou Gisselle.
O caminho entre a chegada da inovação e a tangibilidade dos resultados é extenso. “É preciso começar com a pergunta: como a IA pode resolver o meu problema de negócio? E essa resposta será diferente para cada empresa”, pontuou o diretor-executivo do BCG. A grande questão é como essa tecnologia vai trazer valor e conseguir resolver os pontos críticos da empresa. “Entendendo para que você precisa dessa tecnologia, o passo seguinte é a gestão da mudança”, ressaltou.
E esse talvez seja o passo mais abrangente, porque a transformação precisa ser de ponta a ponta, com capacitação das pessoas, revisão de processos e de governança, mudanças no modelo operacional e outras frentes, para que a IA seja verdadeiramente integrada nas operações. “Setenta por cento do impacto virá da gestão da mudança”, acredita Montoro.
As pedras do caminho
Falando de desafios, os líderes foram unânimes em ressaltar a escassez de mão de obra especializada como o grande entrave para a expansão da inovação. Para resolver o problema, a capacitação é a resposta. “Acredito muito na colaboração entre academia, governo e setor privado”, reforçou Gisselle.
Com o endereçamento dessa demanda, Puerta destacou a boa reputação brasileira no mercado de inovação e as apostas de operação de IA generativa no Brasil. “Estamos bem posicionados para auxiliar nossos clientes nessa jornada”, ressaltou.
O uso responsável da IA generativa também foi tema da discussão. “Os riscos precisam ser levados em consideração. É preciso ter uma política bem definida e criar uma governança, uma estrutura capaz de direcionar a empresa para os caminhos corretos, conhecendo as barreiras e cuidando para não haver impacto negativo do uso”, afirmou Montoro.
Aprendizados valiosos
Ao final do evento, o presidente da Dell Technologies no Brasil enfatizou que estamos no começo de uma jornada que deve gerar muito benefício aos negócios. “IA generativa é uma tecnologia disruptiva, que veio para ficar. Precisamos entender o impacto dela e como nos preparar para aproveitar o que ela tem de melhor”, disse.
Fazendo um balanço sobre o evento, Montoro reforçou a importância de discutir sobre novas tecnologias: “Foi um ótimo papo em que endereçamos os desafios das empresas. Porque as oportunidades existem, mas há também grandes desafios para a gente fazer IA generativa em escala”. E Gisselle complementou, ressaltando a importância de encontros de lideranças como esse, que permitem trocas de experiência e aprendizado. “Estamos levando para casa dados e informações muito relevantes que foram divididos aqui. Acredito que, compartilhando nossos aprendizados, acabamos criando um efeito replicador positivo nas empresas, nas pessoas e na sociedade como um todo”, concluiu.