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Private equity deixa espaço para estratégicos em M&A

Pesquisa da Condere com gestoras mostra maior sensibilidade ao cenário externo e juros local

Em alguma das pontas de 30% das transações de fusões e aquisições no país, os fundos de private equity estão ainda mais cautelosos em relação ao cenário macro local e global e isso se reflete no apetite para compras.

A terceira pesquisa anual feita pela assessoria financeira Condere mostra que pouco menos da metade dos fundos pretende ampliar seus investimentos neste ano – são 46% dos respondentes, ante um ânimo de 64% no ano passado. 33% deles responderam que pretendem diminuir aportes, o maior índice na série.

“Há uma sensibilidade de preço muito grande e no nosso pipeline a participação dos fundos já caiu para algo em torno de 20%, ante média de 30%. São os estratégicos que estão movimentando M&A neste momento. Grupos chineses, por exemplo, voltaram a olhar ativos”, diz Paulo Cury, sócio-fundador da Condere.

Nenhum deles aposta na tese, para este ano, de internacionalização de negócios – o que a volatilidade derivada da guerra comercial ajuda a explicar. Foi a primeira vez que a geopolítica internacional apareceu como fator de risco, apontada por 25% dos fundos.

Mas o que também pesa no apetite é a taxa de juros local, quase uma unanimidade. 96% dos fundos apontam os juros como fator de impacto em seu interesse de investir, acima dos 79% de dois anos atrás. O custo de capital tira da mesa a possibilidade dos fundos fazerem operações de M&A alavancadas e também reduz o apetite por companhias com balanço muito alavancado. Por isso a estrutura de capital também ganhou relevância na hora de decidir por uma investida, apontada por 25% dos fundos, ante 14% em 2024 e 5% em 2023.

Tecnologia e saúde seguem como principais setores de interesse, seguidos pelo setor financeiro, que teve menor atratividade nos anos anteriores. “A seletividade dos fundos aumentou e eles querem se manter em terrenos mais conhecidos. Quando o mercado está mais duro, esses investidores ficam mais preocupados em entrar em setores ou regiões que não conhecem”, diz Cury. De olho nas possibilidades de saída, o tamanho das transações e a taxa de crescimento das empresas são os principais fatores que podem fazer um fundo desistir de um M&A.

Fonte: Pipeline
Por: Pipeline

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