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Techome: com o novo aporte, as casas devem levar até 1 mês para serem entregues — Foto: Divulgação

Techome, de casas inteligentes, capta R$ 35 mi em série A com Astella

Startup vai usar maior parte do capital para implementar fábrica própria em Americana, no interior de São Paulo

A Techome, startup de casas inteligentes, acaba de captar R$ 35 milhões em uma série A liderada pela gestora de venture capital Astella, que já era investidora. A rodada também foi acompanhada por Endeavor Scale-Up Ventures e Endeavor Catalyst.

O dinheiro será usado principalmente para executar o projeto de uma fábrica própria. Até então, a startup terceirizava a produção das casas que vende, mas sentia dificuldades para fazer uma entrega mais personalizada aos clientes. “Não queremos fazer algo pasteurizado”, afirma o CEO e sócio-fundador da startup, Guilherme Porto Bruno, ao Pipeline.

Com a fábrica, que está sendo implementada em Americana, no interior de São Paulo, a Techome poderá diminuir de quatro para um mês o prazo de entrega das casas. A produção em si vai demandar um tempo maior (a média subirá de uma para três semanas), em razão do esforço para evitar a padronização; mas, como o produto final já sairá da fábrica mais personalizado, o trabalho de instalação será reduzido para apenas uma semana.

Segundo Bruno, será possível construir cerca de 20 casas ao mesmo tempo. São modelos que contam com placas solares, internet e aplicativos que auxiliem no controle dos consumos do imóvel, com tamanhos que variam de 50 a 240 metros quadrados. Com um tíquete médio de R$ 450 mil, a Techome acumula a venda de 100 casas desde que foi fundada, em 2021.

Techome: com o novo aporte, as casas devem levar até 1 mês para serem entregues — Foto: Divulgação

Por enquanto, a startup tem atuado somente na região de Campinas. Mas o aporte também vai ajudar a executar uma expansão geográfica, a começar pela região de São José dos Campos, também no interior de São Paulo. Estados como Goiás, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul estão no radar.

Por apostar em casas, a Techome não consegue expandir para qualquer cidade. “São Paulo, por exemplo, que é muito verticalizada, já não tem mais tantos terrenos, e os que existem são muitos caros. Mas Campinas ainda tem espaço para casas. Para nós, as sete maiores capitais do país não interessam, mas as cidades que estão nas adjacências, sim”, diz o executivo.

Segundo ele, as cidades que se encaixam no perfil da Techome representam cerca de 50% do setor imobiliário do país, com um mercado endereçável de R$ 120 bilhões por ano. Já o público-alvo é formado por pessoas que têm renda média agregada de R$ 12 mil a R$ 18 mil, que querem comprar para morar e não investir ou colocar para alugar, que já têm uma família formada e na qual o chefe ou a chefe da casa tem cerca de 40 anos.

Além da receita com a venda dos imóveis, a Techome ganha com o financiamento que oferece para os clientes. Antes até de a marca Techome existir, já havia a Homelend, do mesmo grupo, especializada em financiar casas. Foi a Homelend, aliás, quem realizou a rodada seed, de R$ 25 milhões, em 2021, para iniciar a operação de crédito, que depois atraiu capital de outras fontes. Hoje, a proporção dos recursos para financiar está em 15% próprios e 85% de terceiros.

Com esses dois modelos, a Techome projeta faturamento de R$ 150 milhões em 2024. Mas a expectativa é adicionar lá na frente uma receita recorrente a partir de uma assinatura que a startup pretende cobrar (ao preço de R$ 1,2 mil a cada três meses) pelas tecnologias que vão ajudar o consumidor a economizar com luz e água, por exemplo, como aplicativos que atualizam o cliente sobre o consumo em tempo real.

Trata-se de um esforço do fundador para colocar um pouco do seu histórico em tecnologia em um negócio imobiliário. “Quem é do ramo de imóveis em geral encerra a relação com o consumidor na hora da entrega das chaves. Mas quem vem de fazer softwares, como eu, se mata na implantação para poder ficar a vida inteira com o cliente. Uma casa é algo que se compra para usar por 10, 15 anos. Seria um desperdício abandonar o cliente depois da venda.”

Fonte: Pipeline
Por: André Ítalo Rocha

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