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A Avantia usa inteligência artificial para fazer detecção ativa de problemas de segurança (foto ilustrativa)

EXCLUSIVO: Crescera Capital embarca na tese de segurança e faz investimento milionário na Avantia

A gestora de private equity aposta na consolidação do setor de segurança e monitoramento ao investir na Avantia. O cheque pode chegar até R$ 150 milhões, apurou o NeoFeed. Saiba a razão do aporte

A Crescera Capital está apostando suas fichas na consolidação do setor de segurança e monitoramento, um mercado extremamente fragmentado com centenas de empresas e que movimenta mais de R$ 13 bilhões por ano.

A gestora de private equity acaba de fazer um investimento na Avantia, empresa de Recife que atua no desenvolvimento e implementação de soluções tecnológicas para o setor de segurança e monitoramento e tem mais de 200 clientes, como Azul, Gerdau, MRV e McDonald’s.

O aporte é de até R$ 150 milhões por uma fatia minoritária da empresa, segundo apurou o NeoFeed, e ele pode crescer à medida que o plano de negócios evoluir – Avantia e Crescera Capital não comentam esse valor. Os recursos serão usados para M&As, bem como para crescimento orgânico da companhia.

“Não existe uma empresa dominante neste setor e temos a possibilidade de crescer bastante”, diz Silvio Aragão, fundador e CEO do grupo Avantia, ao NeoFeed. “Temos vários ativos mapeados e já estamos em negociação com alguns deles.”

O investimento na Avantia é do fundo V da Crescera Capital, que captou R$ 2,5 bilhões. Esse é o nono aporte do veículo, que já investiu na empresa de educação Alura e na plataforma usada por investidores, corretoras e bancos Nelógica, entre outros ativos.

“O setor de segurança está mudando completamente de um modelo que precisava de um monte de guardas para o uso de tecnologia”, diz Daniel Borghi, CEO da Crescera Capital. “E essa mesma tecnologia está sendo usada para monitorar qualquer tipo de processo.”

Fundada em 1998 por Aragão, a Avantia, que tem também como sócios Eduardo Lima e Hamilton Valentim, está fazendo sua primeira captação institucional. O primeiro cheque encontra a empresa com 400 funcionários, mais de 800 projetos implantados e mais de 10 mil câmeras instaladas em diversos clientes corporativos por todo o Brasil.

O pulo do gato é o uso de inteligência artificial para fazer detecção ativa de problemas de segurança e de monitoramento. A solução da Avantia permite, por exemplo, perceber invasões prediais, identificar pessoas armadas e até mesmo “ouvir” disparos de tiros ou frenagens bruscas de carros.

Quando isso acontece, o fato é comunicado instantaneamente a uma central sem a necessidade de interferência humana. Só a partir daí, um funcionário da Avantia passa a atuar, avisando a equipe de segurança da empresa que contratou o serviço ou até mesmo a polícia.

A solução da Avantia monitora também mais de dez processos para a companhia aérea Azul, no aeroporto de Viracopos, em Campinas. Com isso, ajuda a minimizar o tempo de aeronaves em solo, maximizando a sua utilização no ar.

São 40 câmeras em 20 portões que “bisbilhotam” desde a hora que o balizador (profissional conhecido como sinalizador de solo) ajuda o avião a estacionar, passando pelo acoplamento da aeronave no finger até o desembarque dos passageiros.

Os sócios da Avantia: Eduardo Ferreira, Hamilton Valentim e Sílvio Aragão

O modelo de negócio da Avantia é o SaaS (mas a empresa gosta de fazer um adaptação a esse termo, chamando de “segurança de tecnologia as a service) – 80% de sua receita é recorrente.

Em um setor extremamente pulverizado, a competição envolve nomes como SegurPro, G4S e Seal Telecom/Convergint, que atuam com foco no B2B, como é o caso da Avantia. Outra empresa conhecida é a Gabriel, uma startup mais voltada para o B2C que captou US$ 21 milhões com fundos como Softbank, Astella e Globo Ventures.

A Avantia, que faturou R$ 130 milhões em 2023 e deve chegar a R$ 200 milhões neste ano (uma parte considerável desse avanço deve ser via M&As), caiu como uma luva para a tese da Crescera Capital, que busca empresas de médio porte em setores nos quais a transformação digital causa uma disrupção grande.

“Quero entrar antes da disrupção e sair depois”, diz Borghi. Ele cita o caso da Afya, hoje uma companhia de capital aberto avaliada em US$ 1,6 bilhão, na Nasdaq. “Compramos uma faculdade de medicina e botamos uma camada de tecnologia para que virasse uma plataforma para médicos. É esse tipo de indústria que olhamos.”

Ao mesmo tempo, a Crescera Capital aposta forte na tese de consolidação. A gestora de private equity está fazendo isso com hospitais (Hospital Care), home care (Plural Care) e até mesmo na gestão de cemitérios e crematórios (Grupo Zelo). E, agora, no setor de segurança.

A ideia é usar a Avantia como a ponta de lança dessa estratégia através de uma agenda ambiciosa de fusões e aquisições para que a companhia ganhe musculatura para ser vendida para um estratégico ou até mesmo mirar um IPO.

Fonte: Neofeed
Por: Ralph Manzoni Jr.

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