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MarcoStefanini: “Para ter espaçonoB2B, conquistar a confiança é essencial” . — Foto: Divulgação

Flórida é o destino de 70% das startups

Segundo mapeamento da ApexBrasil, 500 empresas, de 29 setores, atuam nos EUA

Há duas décadas, quando o Grupo Stefanini – multinacional brasileira de tecnologia com atuação em 41 países – desembarcou nos Estados Unidos, poucas marcas nacionais se arriscavam a entrar no competitivo mercado americano. 

“Chegamos na Flórida com a cara e a coragem, ofertando basicamente serviços de TI, infraestrutura e helpdesk”, lembra o CEO Marco Stefanini. “Foi uma década de aprendizado. Abrimos o mindset da companhia, a empresa ganhou outro status.” Em 2010, a Stefanini deu início ao seu projeto de expansão, com a aquisição da TechTeam e, mais tarde, da CXI e da RCG. Hoje, a operação americana conta com três sedes (Michigan, Virginia e Iowa) e responde por 35% dos negócios do grupo – que no ano passado faturou R$ 7 bilhões e espera crescer 20% em 2024.

“Os desafios que enfrentamos no início dos anos 2000 são os mesmos da atualidade, porém, amenizados”, afirma Stefanini. “Montar uma equipe não é fácil, conhecer o mercado, adaptar a oferta e se desenvolver exige tempo e para ganhar espaço no universo B2B é essencial conquistar a confiança dos prospects.” Segundo ele, trata-se de um investimento de longo prazo, que deve ser construído passo a passo. “Hoje, muitas das nossas inovações vêm da operação norte-americana, um dos nossos principais polos de inteligência artificial fica em Michigan”, ressalta. 

De acordo com o Mapeamento de Empresas Brasileiras Instaladas nos Estados Unidos, realizado pela ApexBrasil, 500 empresas, de 29 setores de bens de consumo e serviços, atuavam no país em 2020. A Flórida é o destino preferido de 70% dos negócios brasileiros, seguida por Texas e Califórnia. 

Marcelo Marques não fugiu à regra. Em sociedade com o americano Ross Jerman, abriu, em Orlando, a RM PLUS Design & Development LLC, especializada em planejamento, arquitetura e design de interiores. A chegada à Flórida se deu em 2012, depois de muito planejamento, com os sócios se dividindo entre Brasil e EUA. “Ter um sócio americano abre portas, derruba barreiras”, afirma Marques. 

Segundo ele, um dos grandes desafios dos brasileiros que desejam empreender no mercado americano é ter mentalidade americana. “Aqui não se começa uma empresa dependendo de crédito, desconto bom é no máximo de 2%, os pagamentos têm de ser rigorosamente em dia”, diz. “Apesar da alta concorrência, os horizontes de crescimento e as oportunidades são grandes.” Com pouco mais de uma década de operação, o escritório se tornou referência. O segmento de entretenimento responde por 50% do faturamento, que em 2023 foi de US$ 6 milhões. 

O sonho de vencer nos EUA atrai cada vez mais startups. Dados da Agência Americana de Incentivo a Novos Negócios, revelam que mais de 1.400 companhias e startups foram fundadas ou adquiridas por brasileiros nos EUA desde 2016. “As startups encontram um terreno fértil para captar recursos. Os americanos são mais abertos para aportar capital em negócios de alto risco, não enxergam a quebra como fracasso, e preparam as empresas para competir no ambiente global desde a sua concepção”, diz Junior Borneli, CEO da StartSe, escola internacional de negócios.

Em 2016, Borneli instalou uma unidade da StartSe no Vale do Silício, com o desejo de viver a experiência e abrir caminho para outros empreendedores. “A realidade exata você só tem in loco”, assegura. “Sem conhecer a fundo a legislação e como funcionam os negócios americanos é praticamente impossível vencer.” 

Formado pela Universidade de San Francisco e tendo passado boa parte da vida nos EUA, Álvaro Marongoni instalou um braço da Grit Experts no país, com o objetivo de assessorar brasileiros que migram seus negócios para o mercado americano. A demanda é grande, principalmente nas áreas de investimentos e serviços. “A maioria vem com mentalidade de gestão brasileira e isso não funciona”, diz. “A barreira burocrática é baixa, abra-se uma empresa em poucos dias, mas a concorrência é alta.” 

Segundo ele, muitos não se cercam de bons advogados e contadores, e dão pouca importância à cultura local, acreditando que o que dá certo no Brasil terá o mesmo resultado no exterior. Mas o cenário começa a mudar. “Vivemos nos últimos dois anos uma nova onda, a da chegada de empreendedores que desejam implantar negócios para gerar renda em dólar, explorando o investimento real.”

Fonte: Valor
Por: Katia Simões

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